Uma aventura espetacular de SUP pela Amazônia
Américo Pinheiro, Lena Guimarães e Pablo Casado, juntam-se aos jornalistas Clayton Conservani e Carol ... leia mais
Descubra quais foram as três maiores distâncias percorridas na remada de stand up paddle em toda América do Sul. Uma dica: são três brasileiros!
Falar em recorde é um pouco complicado. Isso porque, oficialmente, quem determina e registra essa marca é o Guinness Book of Records.
Porém, tendo em vista os valores para se registrar um recorde pelo Guinness e toda a burocracia envolvida, muitos acabam por declarar seus recordes de forma informal e sem o devido reconhecimento “oficial”.
Até hoje, o único brasileiro praticante de stand up paddle reconhecido pelo Guinness é o carioca Ivan Moreira e seu cão Bono, que registraram o recorde de “Onda mais longa surfada de stand up paddle por um homem e um cão”. Sim, esse é o único recorde do SUP brazuca oficialmente homologado pela entidade.
Já a marca oficial de recorde mundial de distância percorrida de stand up paddle pertence ao norte-americano Wyatt Werneth, que seguiu todos os trâmites burocráticos do Guiness para oficializar seus 555.2 km percorridos na costa da Flórida (EUA) de 19 a 27 de março de 2007.
Em uma rápida pesquisa no Google, porém, percebemos que essa marca já foi em muito superada. Em 2018, por exemplo, a galesa Sian Skyes remou por cerca de 1000 km no entorno do País de Gales e investigando sites de notícias confiáveis, você via descobrir que outros remadores de SUP, inclusive brasileiros, já ultrapassaram a marca de Werneth.
E na América do Sul?
Por ser o Brasil uma potência mundial do stand up paddle, é natural que a maior parte das conquistas nesse esporte tenham sido realizadas por brasileiros e há uma série de marcas incríveis já alcançadas por nossos remadores.
Pesquisando em revista e na internet, chegamos à conclusão que os três maiores recordes de travessia da América do Sul foram feitos por brasileiros e são os seguintes:
Em 27 de janeiro de 2014, o catarinense Paulo Stueber dava início, em Blumenau (SC), a uma das mais extraordinárias expedições solo de SUP já feitas em todo mundo. O objetivo? Remar de Santa Catarina até Belém (PA), percorrendo, de SUP, praticamente toda a costa brasileira.
Stueber, no entanto, teve que lidar com incontáveis percalços ao longo de sua epopeia, que passaram por diversas lesões provocadas pela fadiga muscular, anemia, prancha quebrada, prancha roubada, ameaças de agressão, falta de grana e crises emocionais.
Mas, por outro lado, conquistou uma crescente legião de fãs e apoiadores a cada nova etapa de sua jornada que era cumprida, mobilizando praticamente toda a comunidade dos water sports na época.
Quase dois anos após a sua partida, em 18 de novembro de 2015, ele chegava a seu destino final: Belém do Pará.
A sua jornada teve o total de 5000 km percorridos, dos quais, aproximadamente 3000 km foram remando de SUP. Um eventual apoio terrestre ou de barco só era aceito por Paulo quando as condições de mar se mostravam intransponíveis.
No dia 27 de janeiro de 2017, o gaúcho Leandro “Raí” Beis Fraga partiu da escola Raia 1, em Porto Alegre, para a realização de um dos maiores feitos do stand up paddle brasileiro e mundial.
Remando SUP por 76 dias, Leandro percorreu toda a extensão da Lagoa dos Patos (a maior laguna da América Latina) concluindo uma distância aproximada de 1.000 quilômetros.
Solo e sem apoio na maior parte da travessia, Leandro teve que lidar com as intempéries da natureza, como tempestades e a presença de animais selvagens, em uma das regiões mais preservadas (e isoladas) do Brasil, onde uma decisão mal executada poderia ter consequências graves.
Por outro lado, ele foi surpreendido em diversas ocasiões pelo apoio espontâneo e a solidariedade dos ribeirinhos em momentos cruciais de sua jornada.
Essa história pode ser conferida no documentário “Travessia Mar de Dentro” cujo lançado oficial foi feito no último dia 15 de junho em Porto Alegre (RS).
Após partir do Guarujá (SP) em 27 de março de 2018, o remador Marcelo Batata deu início a uma travessia que duraria 18 dias. Seu destino: Florianópolis (SC).
Marcelo partiu da praia do Guaiúba com a ideia era remar cerca de 20 km por dia, até chegar a Florianópolis, fazendo paradas estratégicas em pontos do litoral onde pudesse contar com a ajuda de amigos para encontrar abrigo e alimentação.
Porém, já nos primeiros dias de travessia, após alguns perrengues enfrentados pela arrebentação das ondas no litoral sul de São Paulo, que acabaram por avariar sua prancha, Marcelo optou por fazer parte do trajeto – de Itanhaém a Paranaguá – por terra e por barco.
De Paranaguá, seguiu por toda costa do Paraná e litoral sul de Santa catarina até chegar à praia de Jurerê, em Florianópolis.
As paradas ao longo da expedição em muitos casos foram determinadas durante as remadas, através de atualizações no perfil de Marcelo Batata no Facebook, quando o remador mandava informações sobre sua localização, pedindo apoio a moradores locais. Uma rede de amigos então buscava contatos via rede social para ajudá-lo a encontrar abrigo.
Um homem precisa viajar por sua conta, não por meio de histórias,
imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor e o oposto. Sentir a distância (Amyr Klink)